Vivemos um período em que se faz necessário falarmos sobre os sentimentos e as tensões que a situação do isolamento, medida preventiva de combate ao novo coronavírus, está implicando sobre todos nós. Percebemos, e a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) já reconhece, que esta situação é ou pode ser geradora de ‘estresse’, o qual pode ocasionar ‘sintomas emocionais’. A ‘irritabilidade’, por exemplo, pode estar ligada a dificuldade de ‘tolerarmos’ ou ‘suportarmos’ até mesmo aspectos comuns ao próprio cotidiano, que em circunstâncias normais, não nos causariam nenhum desconforto ou incômodo. Tais ‘comportamentos impulsivos’, por vezes, ‘agressivos’, podem ser também reflexos do aumento dos níveis de tensão provocados por esta situação, os quais podem se expressar também, para alguns, sobre o próprio corpo, provocando ‘dores de cabeça’, entre outras ‘dores corporais’. Outros sintomas ainda podem se evidenciar, como o aumento dos sentimentos de ‘ansiedade’ e de ‘apreensão’, logicamente, associados ao receio de contrair o vírus, mas também, provenientes dos efeitos que a própria “mudança da rotina” pode provocar, pelas alterações no cotidiano de adultos, crianças, adolescentes, e em cada uma das faixas etárias.                                                     

Entretanto, é partindo destas “mudanças ” que se faz necessário também buscarmos soluções para estes sintomas, na tentativa de ‘abrandá-los’, e ao mesmo tempo, na busca por ‘atravessar’ este período, psíquica e emocionalmente, da melhor, e mais saudável maneira possível. Esta busca vai se relacionar, de modo muito significativo, com a capacidade de ‘adaptação’ que os sujeitos dispuserem para tentar fazer frente a este momento. Ou seja, quanto maior a capacidade ‘inventiva’ dos sujeitos, a ‘versatilidade’, a capacidade de ‘reinventar’ o cotidiano, mesmo que este venha sendo, em grande parte do tempo, em casa, é o resultado destas ‘habilidades’, colocadas em ação através de ‘novas práticas cotidianas’, que irão propiciar um ‘ambiente’ mais ‘favorável’, e com maiores níveis de ‘bem-estar’. Esta prática acontece ao se ‘recriar’ ‘uma nova rotina’, que se compõe pelos horários do despertar e dormir, pelos momentos alimentares, pelas atividades laborativas, singulares a cada sujeito neste período, pelos momentos de descanso, pelas atividades físicas adaptadas aos espaços possíveis ao momento, e para as crianças e os adolescentes, pela realização das atividades escolares em casa, conjuntamente com os momentos do livre brincar e de ludicidade, entre tantos outros momentos que poderão ser acrescentados.            

Entretanto, sabemos que na ‘prática’ esta ‘tarefa’ não é simples, pois tanto as crianças quanto os adolescentes, se podem nos ensinar na arte de serem ‘criativos’, ‘transformadores’, e ‘inventivos’, precisam aprender conosco que é necessário aprender a ‘suportar’ momentos difíceis, tal como este que estamos passando, a ‘tolerar’ esta ‘necessária mudança de rotina’, a aprender a ‘lidar’ com a ‘frustração’ e o ‘desprazer’ que estas ‘adaptações’ nos geram. Se os auxiliarmos a lidarem, tolerarem e superarem momentos de dificuldade como este, estaremos os ensinando que é preciso estarmos preparados para o fato de que a vida também coloca a cada um de nós obstáculos, que precisam ser transpostos, um a um, sejam estes quais forem, e que para isto, será de vital importância que cada um de nós possa ir dispondo de destreza e versatilidade para conseguir que estas superações se deem das melhores maneiras possíveis.   

Psicólogo Lucas Tadeu Setti, à disposição dos Pais e Alunos da Escola para Atendimento online, nas quintas-feiras de manhã das 8h e 30min às 11h e 30min, ou pelo fone 99103-2481.